"No príncipio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no príncipio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e sem Ele nada do que foi feito se fez".


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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Caio Fábio - AMENOI: Bons Ventos, Bons Ânimos!


- A insistência de Jesus em fazer as pessoas não terem medo e nem perderem o bom ânimo é uma das realidades mais insistentes dos quatro evangelhos.

“Não temais. Tende bom ânimo!”

Ou:

“Tende bom ânimo. Não temais!”

Ou ainda:

“Tem bom ânimo!”

Jesus mandou ter bom ânimo sempre, o tempo todo, desde o inicio da caminhada com os discípulos até ao fim, quando disse:

“Tende bom ânimo; eu venci o mundo”.

Ou mesmo o lindo “Sou eu. Não temais. Tende bom ânimo!”.

No entanto, “Sou eu. Não temais. Tende bom ânimo!” — nos apresenta Jesus fazendo uma encenação verdadeira na linguagem acerca de algo que hoje lemos e apenas relacionamos ao poder Dele sobre a natureza; embora dissesse muito mais para os gregos e romanos, que dominavam cultural e politicamente o mundo, respectivamente.

No entanto, na mitologia grega, os Anemoi [no grego “ventos”] eram os deuses ventos, os quais tinham suas posições nos Pontos Cardeais; e de cada uma delas [das posições Cardeais] seu respectivo vento procedia; e cada um deles era associado a uma diferente estação do ano e também às condições do tempo.

Algumas vezes eles eram apresentados na forma de fantasmas dos ventos, outras vezes como homens com asas [também relacionada à idéia de vento; voar]; e ainda outras vezes como cavalos mantidos nos estábulos de tempestades do deus Aeolus, que foi quem proveu Odysseus com o Anemoi [ventos] na Odisséia.

A divindade equivalente a Anemoi na mitologia romana era Venti [em Latim “ventos”].

Quando Jesus manda os Anemoi [ventos] calarem-se, Ele mostrava, para além do episódio imediato, ao resto do mundo [gregos e romanos], que Ele estava sobre todos os Anemoi; ou Venti.

Quando anda sobre as águas contra os Anemoi, Ele mostra que nenhum Anemoi (ânimo; vento] pode detê-lo ou deter aquele que com e como Ele anda.

Quando a mente dos discípulos [não isenta das influencias de séculos de mitos gregos e romanos; especialmente na “Galileia dos gentios”], associa a chegada de Jesus, andando por sobre as águas, aos fantasmas dos ventos [É um fantasma!] ou mesmo às tempestades do deus Aeolus, a resposta de Jesus foi:

“Sou eu. Não temais. Tende bom vento, bom ânimo”.

Interessante que os dois episódios mais cenográficos e marcantes dos evangelhos sobre o poder do ânimo conforme incitado por Jesus, acontecem exatamente no contexto no qual a riqueza supersticiosa da relação dos Anemoi [ventos no grego] com ventos e tempestades, está presente; e em ambas os Anemoi são vencidos por Aquele que diz:

"Tende bom anemoi!

Tende bom vento. Tende bom tempo.

Tende boa estação."


É o tempo e o clima interior [vento; anemoi] o que determina o significado ou não dos anemoi que vêm de fora.

Tempestades de fora só são vencidas com bons ventos soprando de dentro, como ânimo, como primavera interna que enfrenta o inverno externo.

Provavelmente os gregos tenham entendido essas duas ocorrências dos evangelhos com muito mais significação e profundidade do que a maioria discerniu até hoje.

Bom ânimo!

“Sou eu” — diz Ele; e todo ânimo ganha todos os anemoi e todas as direções; soprando de dentro para fora; e parando a força dos ventos externos.

Nele,


Caio

21/08/07
Manaus
Am



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