"No príncipio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no príncipio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e sem Ele nada do que foi feito se fez".


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terça-feira, 3 de julho de 2007

Sobre as Crianças e o Futuro.



Dr. Ágabo Borges de Sousa

Temos ouvido muito a frase de que "as crianças são o futuro da nação, o futuro da Igreja", enfim, o "futuro".

Esta compreensão, até certo ponto, é verdadeira, pois qualquer organização que não considere as crianças corre o risco de perder a sua continuidade.

Há algumas igrejas, especialmente na Alemanha, que têm se preocupado com isso, pois são compostas de pessoas idosas, não há jovens nem crianças.

Há alguns episódios no Novo Testamento, especialmente nos Evangelhos, que mostram uma proximidade de Jesus com as crianças, estabelecendo elementos de grande importância na sua pregação.

Gostaria de pensar rapidamente no Ev. de Mateus - Cap. 19 vs 13-15:

"Então lhe trouxeram algumas crianças para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreenderam. Jesus porém, disse: Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim, porque de tais é o reino dos céus. E, depois de lhes impor as mãos, partiu dali."

O primeiro destaque que faremos é o uso do termo paidiva (crianças), que indica serem essas crianças menor de sete anos. Trata-se, portanto, de crianças de tenra idade, possivelmente até bebês. Mas elas eram trazidas com um objetivo: ter as mãos de Jesus impostas sobre elas.

O ato de impor as mãos é conhecido no Antigo Testamento em oferta de holocausto, em ordenação para posição de liderança ou em bênção. A Septuaginta (LXX) traduz as expressões hebraicas nestes textos com a mesma expressão usada no grego.

Mais tarde a Igreja incorpora isso em sua liturgia, para ordenação, envio de missionários e bênçãos, certamente importando o sentido da tradição do Antigo Testamento.

É certo pensarmos este ato de Jesus como bênção às crianças.

Considerando o evangelho um documento da comunidade de fé, podemos dizer que as crianças tinham um lugar no culto da comunidade de Mateus. Isso fica claro quando vemos no Ev. de Mateus - Cap.18 vs 1-6 e Cap. 21 vs 12-17, que também destacam as crianças como participantes do reconhecimento de Jesus como o Cristo de Deus.

Essa participação lhes dá um lugar no Reino, mas o texto estabelece um algo mais, pois elas não têm apenas um lugar no Reino, elas têm o Reino. Há uma tentativa de espiritualizar a condição de criança, por causa das afirmações do evangelista Mateus.

Seja como for, não podemos esquecer, que as características expressas no Sermão do Monte, são próprias da infância e o Ev. de Mateus - Cap. 18 vs 3 nos convida a uma atitude como essas anteriormente descritas.

As crianças têm um lugar no Reino, compete-nos tão somente assegurar esse lugar abençoando-lhes.

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